02 dezembro 2013

Trail da Serra de Montejunto - O Relato

Parece que não correu muito bem, acho que a organização já o reconheceu aqui.

Aqui fica o relato de um amigo que foi lá sofrer :)


«Relato do Trail de Vilar / Montejunto (supostamente na distância de 22 kms)

Chegámos cedo para evitar atrasos no levantamento dos dorsais, eram 8:00 da manhã e o termómetro da Mazda familiar marcava “ zero “ graus.

Desgraçado do artista de bicicleta que tínhamos visto 4 kms antes de Vilar.

Levantados os ditos dorsais, inclusive o do Sassá ( desculpa mas não havia XS, tens que vestir o S que te fica largo mas é a vida ) e que não pôde ir porque a gripe não deixou; demos inicio á preparação do material, equipamento e gangas tudo a postos 15 minutos antes da partida, so faltava aquecer, e não foi fácil; demorei cerca de 15 minutos a descongelar os calcanhares tal era o frio…

Já na zona de partida e vendo que os minutos passavam e ninguém dava o sinal de arranque da prova maior, ficámos a saber que iria sair toda a gente ao mesmo tempo; 1º mau sinal a que ninguém ligou; portanto tivemos cerca de 500 pessoas a arrancar numa rua com cerca de 3 metros e meio de largo.

Desta vez imprimi um ritmo mais calmo que em Casainhos, tanto porque tb não dava para ir muito mais rápido e também porque a distancia e  altimetria exigiam mais respeito. E no meu ritmo fui passando pessoal e descer e a subir e aquecendo à medida que os kms passavam.

Depois de uma zona inicial de estradão, começámos a apanhar os primeiros trails, tanto a subir como a descer. E eu sempre que podia dava uma olhadela para o pessoal que ia vendo atrás de mim ao longo do caminho so para me certificar que o Ouro não vinha perto …

A certa altura e na zona do corta fogo, de onde se tinha uma vista geral do percurso apercebo-me que não vou assim tão mal colocado.

Pois desde o primeiro que se via, contei cerca de 25 artistas a correr; ora no meio de 280 que iam para os 22 kms, achei que até ia bem demais embora ainda faltassem cerca de 12 kms, a coisa prometia.

Depois desse corta fogo e tendo feito o ultimo km a 15 a hora de modo a que dois atletas não me caçassem, metíamos á esquerda e encosta acima “ que subida dum filha da pu..a “ … Consegui-me distanciar dos dois que me seguiam e alcancei uma moça á minha frente com os seus 45 kgs que devia ser a primeira das mulheres certamente. Ainda fui ali um bocado atrás dela mas assim que um gajo passou por nós, aproveitei a boleia e fui atrás dele.

Chegados ao topo estava na hora de descer e, esta não era nada meiga; com o cansaço acumulado, a descer no meio da erva e pedra solta, é preciso abrir bem a pestana para não deitarmos tudo a perder com uma passada mal dada. Eis se não quando passam por mim quatro que tinha deixado para trás com uma velocidade brutal, de tal modo que nem pensei em ir atrás deles. Mantive o meu ritmo e apostei nas subidas sem parar mesmo correndo devagar.

Assim que começava a subir aproveitava e bebia um gole do bidon e dava uma espreitadela para trás, não fosse o diabo tece-las…

Sensivelmente ao km 16 e logo a seguir ao segundo posto de abastecimento, começava-mos a subir ligeiramente e é quando reparo que o grupo que ia em primeiro, estavam todos parados no topo da subida sem saber por onde seguir; voltam todos a correr para baixo a dizer que não havia marcações.

Ora a verdade desportiva acabou neste preciso momento; porque da mesma maneira que eu os apanhei, também quem vinha ligeiramente atrás de mim me apanhou. Voltamos para baixo em direcção ao posto de abastecimento e as informações dadas não foram nada esclarecedoras, o que deu a entender que também não sabiam muito bem por onde devíamos seguir. Curiosamente quando vínhamos a descer, deparo-me com o Ouro a subir, o que quer dizer que o sacana vinha sensivelmente a 3 / 4 minutos de mim. Andámos ali a tentar adivinhar por onde seria, ate que seguimos por um caminho a direita que parecia ser o certo; mas so devemos ter percorrido mais uns 2 kms no trilho certo; a certa altura deixámos outra vez de ver as marcações e percebemos isso na integra quando nos cruzámos com mais gente que vinha num caminho paralelo ao nosso mas de outro sitio completamente distinto.

Tenho que deixar aqui bem claro que nestas viragens aqui e ali a tentar adivinhar o caminho, tentei varias vezes fugir do Ouro mas o sacana aguentou-se bem Só na última e que consegui ganhar ali uns 25 metros. Foi nesta altura que já completamente embrenhados no mato e certamente fora do trilho certo vamos dar ao alcatrão a cerca de 16 kms de Vilar e já com o meu GPS  a marcar 26 numa prova que deveria ter sido de 22 … aqui já não havia géis, bebida isotónica nem pernas …

Fizemos cerca de 6 / 7 kms no alcatrão a correr e a andar conforme podíamos juntamente com mais uns 30 atletas ate que finalmente conseguimos uma boleiazita de 2 kms . Agradecemos e continuámos o nosso caminho completamente derreados fisicamente quando vinda do céu, para um peugeot 106 que vinha em sentido contrário e nos perguntou se queríamos boleia A Dª Carla ( condutora do carro ) foi uma querida e la nos levou ate Vilar.

Acabámos por fazer na totalidade cerca de 32 kms e nem tivemos vontade de ir reclamar, tal era o frio e o cansaço.

Foi pena porque tinha sido engraçado ver o resultado final.

Fica a experiencia de ter subido ao Topo do Montejunto a pé, a vista que não tem preço (quer dizer, neste caso foram 10 euros ) e o treino que acabou por ser; não me tendo aleijado, até acabou por ser benéfico em termos de forma.

Por ultimo tenho que admitir que desta vez o Ouro chegou á minha frente Vínhamos os dois no banco de trás do Peugeot ; á frente vinha a Dª Carla e o filho E quando ela chegou á zona da meta, como os pés do Ouro iam quase até meio do carro, acabei por ficar 5 cm atrás dele …

Aqui podem ter um cheirinho do que foi a prova, ao minuto 2.59 vê-se o Ouro de t-shirt técnica amarela…»

Sem comentários:

Enviar um comentário